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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

HÁ CATÓLICOS QUE NUNCA REZAM

albanosousanogueira@sapo.pt

(P. Zezinho, Se eu pudesse falar aos jovens, ed Paulistas)

A oração de muitos católicos está em crise.
Há pessoas que nunca rezam.
Não acham necessário ou não se sentem dispostos a fazê-lo.
Há outros que só rezam nas aflições, nas desgraças, para pedir a Deus favores.
Esta fé é um pouco interesseira e quem assim procede tem de purificar a sua forma de rezar.
Há ainda aqueles que rezam todos os dias e se sentem muito bem e são um instrumento de paz para os outros.
Rezam pelos outros e procuram viver como Jesus desejava que os seus amigos vivessem.
A oração não deve ficar apenas nos lábios.
Tem de ir ao fundo do coração para trazer à pessoa a libertação que Jesus deseja.
Muitos homens e mulheres modernos apenas acreditam em si.
Já não acreditam em Deus.
Por isso, não rezam.
Ninguém reza a si mesmo.
Rezar é um acto de adesão a Deus, a um ser pessoal.
É diálogo entre a criatura e o Criador.
Diálogo entre um filho(a) e seu Pai do Céu.
Quem reza, fá-lo porque acredita e acredita porque sente a sua limitação e o Ilimitado d’Aquele a quem reza.
Quando dialogas e partilhas a tua vida com Deus, assumes uma posição mais de humildade, de esperança, de confiança.
A oração aumenta as tuas potencialidades e faz de ti uma nova realidade e te ajuda a recomeçar tudo de novo.
Se não rezas nunca, corres o risco de te transformares numa lâmpada apagada.
Enfeita, mas não resolve, não brilha, não dá luz.
Parece, mas não é.
Há cristãos do faz de conta…
Parece que são cristãos católicos, mas na realidade não são.
Não são porque não têm vida espiritual, não rezam, não praticam a sua fé, não recebem sacramentos.
Há cristãos que só vão à igreja no dia do seu baptismo, algumas vezes na infância até à primeira comunhão.
Sem oração não há verdadeira vida cristã.
Sem oração não há identificação com Jesus Cristo.
- Se conhecesses o dom de Deus... Rezarias, falarias com o teu Pai do Céu todos os dias, como filho adoptivo de Deus que és.
- Se conhecesses o amor de Jesus Cristo por ti, falarias com Ele, escutá-lo-ias na Sua Palavra, especialmente na Eucaristia Dominical e recebe-lo-ias na sagrada comunhão. Ele seria o teu grande amigo de todas as horas...
- Se conhecesses a presença do Espírito Santo em Ti, terias intimidade com Ele no silêncio do teu quarto e na tua vida de cada dia...
A oração é a respiração espiritual da alma unida a Deus...
Pe. Albano Nogueira

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

VIDA INTERIOR


albanosousanogueira@sapo.pt

(Tirado de P. Zezinho, Se eu pudesse falar aos jovens, ed Paulistas)

VIDA INTERIOR PARA QUEM QUER VIVER PLENAMENTE

Há pessoas cujo esquema de vida não vai além da flor da pele.
Vivem para as coisas exteriores e nem sequer chegam a entender que seja possível viver interiormente.
As suas preocupações são quase sempre as mesmas: dinheiro, roupa, sapatos, carro, melhor emprego, sexo, infidelidade, futebol, mulher/marido de outra, filme sujo, teatro de revista, comida, férias, totobola, euro - milhões, crendices, superstições, posição, fortuna, namorados (as), homens, etc…
Dizer a esta gente que rezas, que conversas com Deus, que lês a Bíblia, que meditas, que procuras ter paz interior, é o mesmo que sentar-se num muro e falar a tijolos sobre filosofia e teologia…
Os nossos sentimentos precisam de ser educados e é preciso crescer interiormente para se atingir a dimensão de adultos.
Há muitos adultos formados em muitos ramos do saber, mas continuam sem vida plena, abundante de que fala Jesus no evangelho.
Não há muita coisa dentro deles.
São vazios, superficiais, banais.
Se não rezas, se não pensas em Deus, é possível que estejas a viver, mas muito pouco.
Há pessoas que são como os carros: andam ao baixo, mas não têm gasolina no seu interior, não avançam a subir…
Há indivíduos espectaculares…
O tempo é que se encarrega de provar se a sua graça vem de fora ou vem de dentro.
Jesus Cristo tinha uma vida intensa interior.
E se queres ser chamado de seu amigo, tens de ter também uma vida interior intensa.
Uma vida interior que é oração, diálogo pessoal com Deus, fé, adesão à Igreja Católica, prática sacramental: Missa de Domingo, Confissão, Comunhão, oração pessoal diária, oração comunitária.
A Igreja Católica é única Igreja (comunidade) fundada por Jesus Cristo, as outras foram fundadas por outros homens.
Vida interior que é estar em união espiritual a Jesus Cristo e à sua doutrina = estar na graça de Deus, na sua amizade, viver de acordo com a sua lei.
“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”, disse Jesus Cristo.
Hoje muita gente vive: come, bebe, dorme, trabalha, casa-se, tem filhos, mas pode-lhe faltar a vida interior, a vida espiritual, aquela vida que nos eleva acima nos animais irracionais.
Sem vida interior, somos como um tambor: podemos fazer muito barulho, mas estamos ocos por dentro.
Esse é o risco que correm muitos homens e mulheres do nosso tempo: fazem barulho, dão nas vistas, mas estão vazios por dentro…
Porque lhes falta a dimensão espiritual e superior que dá à vida um rumo, um sentido, uma significado novo não só para a vida neste mundo, mas também a vida depois deste mundo.

Pe. Albano Nogueira

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

INSPIRAÇÃO DOS LIVROS DA BÍBLIA

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Cada livro sagrado tem duplo autor:
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1 - Deus é o autor principal da Bíblia.
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Aí não há erros quanto às verdades de fé ou de moral.
Pela inspiração, Deus é o responsável por essas verdades de fé.
Nunca esquecer que a Bíblia não tem verdades científicas.
Apenas verdades da fé que conduzem o Homem e conhecer, amar e seguir a vontade e o plano de Deus para ser feliz e se salvar...
Foi Deus quem moveu aqueles homens a que escrevessem sem erro tais verdades.
Esses livros merecem-nos crédito e possuem essencialmente um ensino religioso.
Transmitem verdades religiosas.
Não transmitem de verdades científicas
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2 - O escritor sagrado ou inspirado.
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É o homem que escreveu, é o autor secundário.
Continua sempre livre e usa os seus conhecimentos humanos, grandes ou pequenos, certos ou errados.
Segue o seu gosto literário e apresenta escritos narrativos, poéticos, dramáticos, históricos...
Neste aspecto humano, pode errar como qualquer homem.
Assim, quando aborda questões meramente humanas, sejam de História ou de Ciências ou de Filosofia, merece o crédito de todo o escritor sério e consciencioso, onde há as marcas do tempo.

Para interpretar um livro inspirado, isto é, para saber o que Deus comunicou aos homens por esse escrito, a Igreja manda atender:
- à língua em que esse livro foi escrito e às suas leis gramaticais;
- ao tempo em que tal livro foi escrito,
- à cultura, aos mitos ou lendas desse tempo: para falar ao homem de sempre, Deus serviu-se de um homem de uma época; assim, nos seus escritos há coisas que são da época e outras que são de sempre, sendo estas muitas vezes expostas por aquelas;
- ao género literário do livro: um poema é diferente de um relato histórico; uma parábola ou uma imagem ensinam de forma diferente de uma frase directa e clara;
- à qualidade do autor inspirado e ao seu saber.
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Não se devem ler todas as passagens da Bíblia à letra.
Temos de procurar a MENSAGEM de Deus para todos os tempos.
Uma mensagem que é sempre actual e nunca passa, como as modas...
A Palavra de Deus é sempre actual.
Não se engana, nem nos engana.
É uma Palavra que ilumina a nossa vida e o nosso caminhar neste mundo.