O MISTÉRIO DE DEUS HOJE
Deus criou-me sem mim, sem a minha colaboração,
mas não me pode salvar
sem mim, sem a minha
colaboração.
Deus ama incondicionalmente, mas nem sequer
impõe o seu amor, não obriga
a amá-l’O porque nos
criou livres e respeita totalmente a nossa liberdade.
Deus é dádiva de vida por amor.
Cristo assumiu o nosso sofrimento em vida
dada por
amor.
Cristo atravessou a dor sofrendo por amor.
Debruçando-se, por amor, sobre
os que sofrem.
O amor pode transfigurar a dor dos que sofrem.
Cristo atravessou
a nossa humanidade,
atravessando-a por amor. Assim, nós temos de
reduzir a dor.
Temos muitos meios para reduzir a
dor. Temos muitos meios, mas poucos fins.
Excesso de meios e míngua de fins.
A pessoa não é um meio, mas um fim.
É grande a dor e a solidão de quem é
considerado
um meio e não um fim. A religião não pode ser um
meio de suavizar a
dor.
Hoje as pessoas vivem o momento. Não projectam o
passado, o presente e o
futuro. A vida de muita
gente é como uma tábua no meio do mar isolada de
tudo.
Não se prende a nada nem a ninguém.
Carpe diem – Goza o momento: os divertimentos, o
álcool, a droga, o sexo, o futebol, a
política, a
música.
Para muita gente não há passado (tradições), nem
presente, nem futuro.
Tudo se vive num momento a
aproveitar ao máximo…
Ora o tempo é feito de passado, presente e futuro:
interpelação e
responsabilidade.
Temos de intervir para vivermos de outra maneira.
Deus não é um meio, mas
um fim. Recorrer a Deus
só na dor, nos sofrimentos, nas doenças, nas
desgraças,
é olhá-l’O como um meio.
Muitos tiram Deus da cena e só se lembram d’Ele na
dor
e nas desgraças.
Deus entra pela porta travessa nesse último
momento. Deus nunca se impõe
e mesmo aí vem
responder à nossa angústia, aflição e problema.
Limite diferente de limiar, isto é: o fim e o começo.
Fronteira: acaba um
país e começa outro.
A morte não é um limite, mas um limiar, uma
fronteira.
Termina uma forma de vida e começa a
ressurreição.