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terça-feira, 26 de outubro de 2010

MISTÉRIO DE DEUS – 5

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Ando a gritar, morta de sede, pedindo a Deus a minha gota de água”.
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Deus Pai Criador
A maravilha da nossa existência é que ela nos vem de Deus que é Amor, a cada instante e temos, por isso, razão para nos enchermos de alegria.
Deus cria-nos com tantos recursos e tantos desejos que nos ultrapassam, porque Ele os quer satisfazer e só Ele os pode satisfazer.
Fora de Deus, contra Deus, nós dispersamo-nos, destruímo-nos, tornamo-nos escravos do pecado, vítimas da sua desintegração.
- Com Deus, em Deus (pois Ele está em nós e nós n’Ele), nós ficamos cheios, seguros de um futuro maravilhoso, para o qual Ele nos convida a todos.
Deus Criador, que nos fez existir, está mais próximo de nós do que nós estamos de nós mesmos.
E essa proximidade é Amor.
Se tomarmos consciência dela a resposta deverá ser a adoração do Criador, reconhecimento e a acção de graças por esse dom gratuito que nos foi concedido.
E ao dar acção de graças, não perdemos a graça que damos a Deus, pois Ele no-la devolve multiplicada.
Ele intensifica esse vínculo feliz da criatura com o Criador que desemboca também na súplica confiante daquilo que nos faz falta e que Ele nos quer dar.
Esse dom radical e permanente apela à oblação de nós mesmos, pois é dando-nos que nos realizamos.
O amor não se realiza senão no dom e na reciprocidade.
Deus é o nosso princípio, a nossa origem, Ele é a verdadeira raiz do nosso ser.
Somos carnais, animais e, por acréscimo, pecadores.
Deveríamos ter esta consciência ontológica d’Aquele que nos faz existir como nos conta a Bíblia e desperta em nós a oração, se nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo.
- É importante tomar consciência luminosa e frutuosa do Criador que nos cumula dos seus bens.
- E pela graça, quando Deus nos comunica generosamente o Seu amor, quando lhe abrimos o coração.
A espiritualidade reequilibra o Homem e constrói a paz em Deus.
Hoje, muitos afastaram-se desses segredos de Deus por causa das ciências humanas.
Muitos cristãos deixam de fazer uma auto-análise: a que a luz da graça realmente suscita.
Fazendo esta auto-análise aprendemos melhor a viver esta relação com Deus Criador.
A experiência ontológica (interior) de Deus Criador é apenas uma primeira verdade e uma primeira etapa dessa mensagem.
Mas Deus não criou o homem apenas para a terra onde ele reina.
Ele convida-o para a sua refeição: para uma partilha eterna com Ele.
É uma festa, é o banquete de Deus, anuncia Jesus no evangelho.
Eis porque Ele nos criou.
E porque o homem, rei da terra, falhou no seu destino pelo pecado, Deus Criador fez-se Deus Salvador.
Tudo isto sabemos não pela nossa razão, mas através da Revelação.
Pe. Albano Nogueira

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

MISTÉRIO DE DEUS – 4

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Deus não fala, mas para quem tem fé, TUDO fala de Deus”.
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Porque é que Deus é tão esquecido?
O Homem sem fé em Deus fica desestabilizado, deformado, destronado, pois perdeu a sua raiz e o seu fim; a sua razão de ser o seu futuro.
O que há de mais essencial no Homem (a sua dimensão espiritual e religiosa) atrofiou-se pela cultura moderna e então, porque não pode viver sem isso, procuram-se substitutos para a falta de Deus: nas canções sensoriais, na música agressiva e violenta (hard-rock), nos divertimentos, no dinheiro, no consumismo, nas ideologias, no poder, nos prazeres excessivos, na droga, no sexo sem amor que leva à desilusão e à frustração, no alcoolismo, nos medicamentos, na violência, jogos de azar, etc.
O homem precisa de amor purificado, de poesia, de ternura, de carinho humano fruto da consciência do amor de Deus por nós.
Sem Deus que é Amor e sem o amor humano que se entende à luz do Amor de Deus, o homem é um super-animal, reduzido a tomar consciência do seu absurdo pela sua inteligência.
O amor subsiste, mas muitas vezes, é impulsivo, irracional. Uma vida sem amor tem sentido e torna-se um inferno para si e para os outros.
Mas hoje o amor é caricaturado, ridicularizado, desprezado, coisificado, deturpado e temos dificuldade em encontrá-lo nos dias de hoje.
Outros substitutos de Deus são as ideias bizarras, as modas, a obsessão pela novidade, a bruxaria, a astrologia, o espiritismo, os videntes, as superstições, as crendices, os horóscopos, etc.
O Homem, sem a sua dimensão metafísica, transcendente (o que vai para além da natureza física) relacionada com o ser e a sua dimensão religiosa, relacionada com Deus, seria um animal poderoso, acompanhado de uma infelicidade: o amargo privilégio de saber que vem do nada e que caminha para a morte (para o nada). A solução, desta maneira de pensar sem Deus) é fechar-se na sua felicidade animal, viver no instante sem procurar mais longe (sem futuro). O homem viveria apenas olhando para o seu umbigo, de forma egoísta, num activismo sem qualquer finalidade.
Uma busca imperiosa de sentido
O imaginário humano postula (requer, necessita) a vida eterna e o Amor na origem e no termo de todas as coisas, pois, Deus inscreveu em nós a Sua sede. Essa polarização (atracção) ultrapassa-nos, ela não tem sentido senão n’Ele.
A inteligência metafísica pode conhecer um certo tipo de conceito de Deus.
Existe o ser e o SER. O ser humano e o SER DIVINO.
O ser humano é contingente: existe, mas podia não existir.
O ser divino é necessário. Existe necessariamente. Não podia não existir.
Através da via humilde e real do realismo, pela sua inteligência, o homem pode reencontrar Deus, não para O “ver”, mas como a Necessidade primeira; como a Origem dinâmica e termo da viagem: Aquele que dá um sentido harmonioso a tudo o que existe.
O universo narra as maravilhas de Deus, diz a Bíblia.
A criação reflecte a luz original do Criador.
O homem inteligente pode chegar à evidência da existência de um Criador.
Porém, esta dimensão torna-se muito difícil no meio cultural em que vivemos, afirmar a existência dum criador, quando a ciência quer explicar tudo naturalmente.
A razão humana, orgulhosa e pretensiosa faz cada vez mais gala do seu agnosticismo e ateísmo.
Foi necessária a Revelação para tomar consciência disso.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

PARA QUÊ ACREDITAR

albanosousanogueira@sapo.pt

Na vida perguntamos: para que serve um automóvel, para que serve um micro-ondas?
Alguns podem perguntar: para que serve acreditar em Deus.
O que se ganha em ir à missa?
Acreditar em Deus não tem nada a ver com esta visão utilitarista, pois trata-se de uma questão de amor.
E o amor não se compra, não se vende, não tem preço e ninguém pergunta para que serve amar e ser amado.
O amor é algo gratuito, não se compra, não se vende, não aumenta a nossa conta bancária e se aumenta não é amor, mas interesse.
Porém, é grande o valor do amor.
Quem acredita em Deus e O ama, não é necessariamente melhor ou pior do que os outros que não acreditam.
Mas porque acredita que Deus existe e nos ama muito, percebe que a vida tem sentido e deseja viver ao jeito de Cristo.
A fé tira-nos de uma vida triste e dá-nos razões para a alegria.
Nos momentos de tristeza ou de angústia, acreditamos que temos Alguém está presente como o maior amigo, que nunca nos abandona na triste solidão.
A fé liberta-nos de uma vida egoísta, na qual o inferno são os outros e dá-nos uma vida nova na qual o paraíso são os outros.
Graças ao Espírito de Deus que nos foi dado, temos força e imaginação para amar como Jesus amou.
A fé tira-nos de uma vida sem esperança e abre-nos as janelas que dão para a casa de Deus.
Enquanto aguardamos em alegre esperança a entrada na pátria definitiva, empenhamo-nos em tornar belo este mundo mais fraterno e mais belo.
VALE A PENA ACREDITAR? SIM VALE.
Sim, há muitos motivos para acreditar em Deus, para viver como Jesus, para pertencer à Igreja Católica.
A fé não tem um preço material, mas dá-nos aquilo que buscamos: uma felicidade que nunca acaba.
(Tirado do Jornal "O cavaleiro da Imaculada" de Outubro)