AS QUATRO VELAS
Quatro velas estavam queimando calmamente. O ambiente estava tão silencioso que se podia ouvir o diálogo entre elas.
A Primeira Vela disse:
- Eu sou a PAZ e apesar da minha luz, as pessoas não conseguem manter-me acesa. (Em seguida, a sua chama, devagarinho apagou-se totalmente).
A segunda vela disse:
- Eu sou A FÉ. Infelizmente sou supérflua para muitas pessoas. Elas não querem saber de Deus, por isso, não faz sentido continuar queimando.
(Ao terminar a sua fala, um vento bateu levemente sobre ela e a chama apagou-se)
Baixinho e triste a 3ª vela manifestou-se:
- Eu sou o AMOR, não tenho mais forças para queimar. As pessoas deixam-me de lado, porque só se vêem a elas mesmas, esquecem até aqueles que estão à sua volta.
E também se apagou.
De repente, chegou uma criança e viu as 3 velas apagadas...
- Que é isto? Vocês devem ficar acesas e queimar até ao fim.
Então a Quarta vela falou:- Não tenhas medo, criança. Enquanto eu estiver acesa, poderemos acender as outras velas...
Pausa para reflexão...
Quando apagamos as chamas da Paz, da Fé e do Amor, ainda assim nem tudo está perdido... Alguma coisa há-de ter restado dentro da gente. E isto tem que ser preservado, acima de tudo...
Estão a criança pegou na vela da ESPERANÇA e acendeu novamente as velas que estavam apagadas... (As quatro velas ficam acesas.)
Que a vela da Esperança nunca se apague dentro de ti. Ela é a luz ao fundo do túnel. O caminho da felicidade precisa, antes, ser pavimentada com a esperança. A felicidade nem sempre bate à nossa porta. Para tê-la é preciso uma busca incessante e, ao encontrá-la ter a coragem de trazê-la para dentro de nós.
A Esperança cristã tem um nome: JESUS CRISTO, que nasceu há 2008 e veio dar aos homens aquela ESPERANÇA que só Deus pode dar mesmo aos aflitos, aos que sofrem, aos pobres, aos doentes, aos idosos, aos marginalizados.
Neste Natal de 2008 olha para Jesus e diz-lhe: "Jesus, tu és a minha esperança, em ti confio e nada temo. Contigo eu tenho um futuro de luz, de alegria, de paz, de amor".
Um Santo e Feliz Natal na paz e na bondade de Jesus.
P. Albano Nogueira
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AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO
A professora de uma escola pediu aos seus alunos que fizessem uma lista de 7 maravilhas do mundo, conforme os seus conhecimentos.
Eis alguns exemplos:
- As grandes pirâmides do Egipto
- Taj Mahal (prédio da Índia)
- Grand Canyon (USA)
- Canal de Panamá (América do Sul)
- Empire State Building (USA)
- Basílica de S. Pedro (Vaticano)
- As muralhas da China (China)
Uma aluna não tinha entregue a lista. A professora perguntou se a aluna tinha algum problema. A menina respondeu que perante tantas maravilhas não sabia o que escolher e disse o que tinha escrito.
Para mim, as 7 maravilhas do mundo são:
- Ver, Ouvir, Tocar, Provar, Sentir, Rir, Amar.
Tanta coisa que Deus nos dá, coisas comuns do dia a dia e que nem sempre damos atenção, mas que são verdadeiras maravilhas para nós.
Neste tempo próximo de Natal, convido-te a não te "atafulhares" com prendas, mas que olhes e descubras as maravilhas de Deus na tua vida, especialmente as pessoas que te rodeiam e que se encontram contigo todos os dias.
Agradece a Deus tanta coisa que tens e não sintas infeliz por aquilo que não tens.
Sobretudo, pensa na maior maravilha que podes sentir: a FÉ no Deus que encarnou e se fez homem na pessoas de Jesus.
Ele é o maior presente de Deus para a humanidade. Acolhe este presente que é Jesus no teu coração e na tua vida como Maria de Nazaré O acolheu para o poderes levar aos outros.
Deus hoje fala e age através de mim e de ti.
Que todos os dias seja Natal, isto é, um tempo de bondade, de ternura, de carinho, de partilha, de solidariedade, de amor, de esperança e de fé.
Um Santo e Feliz Natal na Paz e no amor de Jesus Menino
P. Albano Nogueira
HISTÓRIAS
1. - Confiança em Deus
Certo dia pegou fogo num edifício de três andares. No 2º andar estava uma menina de 10 anos. O fogo começou em baixo e foi subindo de tal modo que quem estava no alto não podia descer. O fumo foi-se espalhando e criando mais confusão. Entretanto chegou ao local o pai da menina que estava no segundo andar.
O pai chegou, parou, olhou, viu a sua filha na janela e gritou:
" - Filhinha, podes saltar, que nós seguramos-te ao caíres".
Mas a menina não via o pai, por causa do fumo e disse:
" - Papá, mas eu não posso saltar porque não o estou a ver".
O pai respondeu:
" - Não te preocupes, porque eu vejo-te. Podes saltar, não há problemas, podes confiar".
Depois de muito hesitar, a menina saltou e salvou-se. Caiu nos braços do pai.
Nós também não vemos a Deus, por isso hesitamos. Temos pouca fé, duvidamos, mas Deus vê-nos, podemos confiar.
2. Rebeldia a Deus
Era uma vez um menino que dizia querer ser músico. Seu pai deu-lhe um instrumento, um trompete e queria contratar um professor para ensinar o filho a tocar. Mas o menino disse-lhe:
" - Não preciso, papá! Eu toco do meu modo, eu cá me arranjo". O pai sorriu. O menino começou a tocar. Virava, mexia e só saía uma nota ou outra sem nexo e sem ligação porque não conhecia os segredos do trompete.
Foi ficando com raiva até que um dia disse.
" - Isto não presta" e deitou fora o instrumento.
Nós somos muitas vezes como este menino cabeçudo e teimoso. Recebemos do Criador este mundo maravilhoso que habitamos, mas não procuramos os planos do Seu criador, do divino artista. E vamos usando-o de qualquer jeito. Depois, quando alguma coisa corre mal, dizemos: "este mundo não presta, as pessoas não prestam" e fazemos como o menino que jogou fora o instrumento porque achava que ele não prestava.
O problema não está no mundo, como não estava no instrumento. O problema está na maneira como nós o usamos e como aceitamos ou não mestres que nos ensinem.
Hoje toda a gente se considera sábia, sabe tudo. São os filhos que rejeitam os conselhos dos pais; são os alunos que rejeitam os conselhos dos professores; são os cristãos que rejeitam os ensinamentos da Igreja. Quando as coisas correm mal, lamentamo-nos: "Este mundo não presta, as pessoas não prestam". Quando o problema não está no mundo, nas pessoas ou nas coisas, mas na maneira como nós o entendemos e usamos.
Usando mal os dons de Deus, apareceu o pecado.
3. Religião - peso ou libertação?
Num certo local havia pedreiros a construir um edifício.
Um turista perguntou a cada um o que estava a fazer. Respostas:
1- estou a carregar pedras - (contrariado);
2- ganho o pão de cada dia para mim e para os meus - (interesse);
3- construo uma catedral, onde muitos louvarão a Deus e onde os meus filhos aprenderão o caminho do céu - (gratidão, desinteresse).
Três pessoas que faziam a mesma coisa, mas faziam-na de maneira diferente, viam a situação de maneira diferente. Assim é com a religião, a missa e muitas outras realidades: é a realidade para todos, mas a maneira de participar e de a entender é diferente, dependendo da fé e do interesse de cada um.
1- Uns vão à missa para "cumprir o preceito", vão por obrigação. Para estes a missa é um fardo, um peso, como o operário que afirmava que o seu trabalho era carregar pedras.
2- Outros vão à missa por interesse, reduzindo a oração e a missa a pedidos e mais pedidos. Comparam-se ao operário que via o seu trabalho só como o ganha pão, só o fazia por interesse. É assim a oração de muitos cristãos que só vêm à missa por interesse e só sabem pedir.
3- Outros vêm à missa para louvar a Deus na mais perfeita comunhão com seus irmãos e com o Pai do Céu. Como aquele operário que sentia que estava a construir uma catedral onde muitos iriam rezar e aprender o caminho do Céu.
4. Coração só se abre por dentro
Uma vez um pintor expôs os seus quadros numa galeria de arte. Tinha lá um quadro que ficou muito famoso: um Cristo a bater à porta de um edifício de muitos andares.
Todos achavam o quadro maravilhoso, até que alguém se apercebeu de que a porta não tinha desenhada o buraco da fechadura. Pensavam que o pintor se tinha esquecido de a pintar. Foram ter com ele para lhe pedir uma explicação e ele disse:
" - O quadro representa Cristo a bater à porta do coração de cada um e o coração é como que uma porta que só se abre por dentro. Deus só entra na vida da pessoa se ela deixar, se lhe abrir a porta do seu coração e da sua vida".
Deus só entra na tua vida se lhe abrires a porta do teu coração e essa só se abre por dentro.
5. A Generosidade de Deus
Era uma vez um mendigo que todos os dias estava a pedir na berma da estrada. Um certo dia, o mendigo avistou ao longe um carro puxado por 4 cavalos e percebeu que devia ser alguém importante.
À medida que o carro se aproximava, aumentava a esperança de receber uma grande esmola, pois aquela pessoa pelo carro que trazia devia ser muito rica.
Quando chegou ao pé do mendigo, parou e eis que de dentro do carro de cavalos, sai o rei daquele país. Mais se alegrou o mendigo na esperança de receber uma grande oferta. Mas, para espanto dele, o rei em vez de lhe dar, estendeu a mão aberta, como que para receber.
Surpreendido com esta atitude e a tremer, meteu a mão na sua saca e tirou de lá dois pequenos grãos de milho que depositou na mão do rei. Este sorriu, meteu-se dentro do carro e foi-se embora.
O mendigo protestou com esta atitude incompreensível do rei, uma vez que ele sendo rico é que lhe devia dar uma oferta.
À noite foi para casa a lamentar-se do sucedido e tirou da sua saca as coisas que recebera nesse dia que eram o seu sustento.
Para sua admiração, repara que dentro da sua saca encontrara dois grãos de ouro. Foi então que percebeu que eles correspondiam aos dois grãos de ouro que dera ao rei e que foram retribuídos desta maneira.
Mais uma vez se lamentou e chorou amargamente pela sua pouca sorte e por ter sido tão pouco generoso.
Esta cena representa um pouco a nossa vida com Deus. Sentimo-nos pobres diante de Deus. Sabemos que Ele é rico, todo poderoso e estamos sempre à espera dos seus favores, dos seus dons. O que não sabemos é que a generosidade de Deus depende da nossa. Quanto mais nós dermos a Deus, tanto mais Ele nos dará. Não regateemos a Deus o que temos e o que somos e um dia receberemos muito mais do que aquilo que lhe dermos.
6. Riqueza não é igual a felicidade
Era uma vez um rei que era muito rico, mas vivia triste. Tinha tudo de material, mas faltava-lhe a alegria interior, espiritual.
Mandou chamar os sábios à sua corte e pediu-lhes conselhos para ser feliz. Uns aconselharam o rei a comer e a beber, a divertir-se. Outros aconselharam o rei a passear, a casar, a ter mulher e filhos que seria feliz. Outros aconselharam o rei a conquistar mais territórios para ter um domínio maior.
O rei foi experimentando todas as soluções, mas não conseguia libertar-se da sua tristeza.
Por fim, um sábio sugeriu que se procurasse um homem feliz e se lhe pedisse a camisa, pois está encostada ao coração, de certo iria fazer o rei feliz.
O rei mandou mensageiros pelo seu reino para procurar um homem feliz, para lhe pedir a sua camisa.
Depois de muito andar, os conselheiros ouviram na floresta um lenhador a cantar e a assobiar e pensaram: " - aí está um homem feliz, vamos-lhe pedir a sua camisa".
Chegaram junto dele e perguntaram-lhe:
" - O senhor é feliz?
- Sim, sou muito feliz.
- Então arranje-nos uma das suas camisas, porque o rei sente-se muito infeliz e pensa que se vestir a sua camisa será feliz.
- Mas, eu não tenho camisa, respondeu o lenhador.
- Então o que é que o faz feliz?
- Sou feliz porque tenho paz na alma, no coração.
Aqui está uma resposta inteligente. A felicidade não está numa camisa, embora ela faça falta, não está nos bens, nas coisas ou até nas pessoas. A felicidade está dentro de nós, na paz do coração. Sem ela nada fora de nós nos dará a felicidade.
7. Amigos na eternidade
Um dia certo homem foi chamado a tribunal. Como não queria ir sozinho convidou três dos seu amigos para ir com ele depor diante do juiz em seu favor.
O primeiro respondeu assim:
- Sou teu amigo, pago-te a viagem até ao tribunal, mas não posso ir contigo.
O segundo respondeu:
- Sou teu amigo, acompanho-te até à entrada do tribunal, até à porta, mas não posso ir contigo.
O terceiro respondeu:
- Fica tranquilo que eu vou contigo depor em teu favor junto do juiz.
Eis os nossos amigos e como eles se comportam quando nós formos chamados a prestar contas junto do Supremo Juiz que é Deus.
Temos o dinheiro, nosso amigo, que paga as viagens, as despesas do tribunal, mas nada mais pode fazer, não nos acompanha, pois quando morrermos não levamos qualquer riqueza.
Temos o segundo amigo que são os familiares, as pessoas conhecidas e amigas que vêm ao nosso funeral, acompanham-nos até ao cemitério, à porta do tribunal, mas depois nada mais podem fazer por nós. Não podem acompanhar-nos junto de Deus. Ficam no mundo até que chegue a sua vez de comparecer junto do tribunal divino.
Finalmente, temos o amigo que nos acompanha e que dá testemunho em nosso favor diante do Juiz - são as boas obras que fazemos neste mundo e que nos acompanham, pois é a única coisa que levamos para nos defender diante de Deus.
8. Fé: tostões ou milhões?
Quando sai a alguém uma pequena quantia no totoloto ou no totobola, é natural que a pessoa se cale e nada diga. Se me sai 100 escudos, não vou apregoar a toda a gente, porque acho uma quantia insignificante aquela que me saiu.
Mas se me sai uns milhares de contos, toda a aldeia sabe e eu faço uma festa, manifesto a todos a minha alegria. Exulto, rejubilo, faço uma festa, porque se saiu uma fortuna.
De uma maneira semelhante isto passa-se com a fé em Deus. Se ela para mim vale 100 escudos, tem um valor pequeno, eu não vou apregoar a toda a gente para vir à Igreja. Não dou testemunho alegre para convidar os outros a virem. Mas se para mim a fé é um riqueza, uma fortuna, eu alegro-me e alegro os outros. A minha alegria é contagiante e os outros vendo-me alegre e feliz terão todo o gosto em participar desta alegria, vindo à missa.
É caso para cada um se interrogar: quanto vale a sua fé: tostões, ou milhões?
Eu sinto que a fé é uma grande riqueza, ou para mim ela pouco vale, pouco me diz...
9. Inferno e Paraíso
"Um Mandarim chinês que tinha morrido, enquanto ia a caminho do Paraíso para onde estava destinado, quis visitar o inferno. O seu desejo foi satisfeito e conduziram-no ao lugar dos condenados. Uma sala enorme, com mesas postas onde estava pronto para ser comido o alimento nacional em enormes pratos: o arroz, o dilecto e abençoado arroz.
À volta das mesas sentavam-se muitas pessoas, cada qual com os pauzinhos de bambu para levarem o arroz à boca. Esses pauzinhos eram muito compridos, com uns dois metros, e deviam ser agarrados por uma ponta. Mas, devido a serem tão compridos, os comensais tentavam em vão alimentar-se. Quanto mais se afadigavam, menos conseguiam. Não conseguiam levar o alimento à boca. Daí o seu furor e ranger de dentes.
Impressionado com este espectáculo de fome no meio de tanta abundância, o Mandarim prosseguiu o seu caminho em direcção ao reino dos Santos. Mas qual não foi a sua surpresa ao constatar que o Paraíso se apresentava idêntico ao Inferno: um amplo local com mesas preparadas, pratos imensos de arroz, para ser comido com pauzinhos de bambú também compridos, nos quais se pegava por uma extremidade.
A única diferença estava no facto que cada comensal, em vez de levar o alimento à sua própria boca, dava de comer ao comensal que estava diante. Deste modo, todos se podiam alimentar com satisfação e serenidade.
O egoísmo é uma experiência do Inferno antecipada para este mundo porque conduz ao isolamento, à infelicidade; a partilha, a comunhão, o preocupar-se com os outros é já uma antecipação do Paraíso no tempo actual, uma vez que se experimenta já agora a alegria e felicidade na terra.
10. A esperança e a Ressurreição
Os habitantes de uma determinada terra não sabiam o que eram rosas.
Um dia apareceu um caminhante por lá. Vinha de terras distantes e falou-lhes da beleza e do perfume das rosas, e fê-lo com tanto entusiasmo, que os habitantes daquela terra desejaram ver rosas. Pediram ao caminhante que fosse à sua terra buscar uma para lha mostrar.
O caminhante regressou à sua terra. Cortou uma rosa e pôs-se de novo em viagem. Mas passados dias, a rosa murchou e o vento levou as suas pétalas.
Quando chegou, não levava nada nas suas mãos, e muitos chamaram-lhe mentiroso. Mas outros pediram-lhe que voltasse de novo a buscar uma rosa florida.
O caminhante voltou de novo até chegar aos seus jardins. Cortou um ramo de rosas, meteu-o num cântaro de água, para que não murchassem, e pôs-se de novo a caminho. Mas o calor era tanto e grande a distância, que as rosas foram murchando umas atrás das outras.
Quando chegou tinhas as rosas murchas. Os habitantes daquela terra deixaram de acreditar no caminhante. E, quando este lhes começou a falar de novo em rosas, todos deram meia-volta e abandonaram-no. Deixaram de acreditar nele.
O caminhante decidiu então regressar à sua terra e meteu num saco algumas raízes de roseiras. Voltou a percorrer os caminhos em direcção àquela terra. Quando afirmou que as rosas mais bonitas estavam naquelas raízes tão feias, desconformes, escuras, todos se riram.
Ao cair da noite, sentou-se desanimado e triste. Foi então que se aproximou dele uma criança que queria ver as rosas.
O caminhante perguntou-lhe:
- És capaz de renunciar a vê-las e manter a esperança no futuro? Se tu acreditares e confiares em mim e tiveres paciência para esperar alguns meses, verás lindas rosas aparecer no teu quintal.
A criança sem entender muito bem, disse que sim.
Então enterrou as raízes de roseira e pediu à criança para as regar, depois da sua partida. Passou o tempo e nasceram as roseiras, que deram lindas rosas de cores variadas.
Mas, por mais que a criança se esforçasse por dizer que aquilo eram rosas, ninguém acreditou!…
A Igreja propõe muitas verdades que o mundo de hoje não aceita. Hoje as pessoas quase só acreditam no que vêem. Ora, a fé tem muitas verdades que não se podem ver, experimentar.
A Ressurreição de Jesus é uma dessas verdades. Os Apóstolos viram e conviveram com Jesus ressuscitado, tal como o viajante da história conhecia as rosas, mas os da outra terra não viram, por isso não acreditaram nele, apesar de ele ter toda a razão. Assim, acontece muitas vezes que a Igreja tem razão no que diz, ensina a verdade.
Para aceitar as verdades da fé que a Igreja Católica ensina, tal como a Ressurreiçaõ de Jesus, é preciso ter fé e confiança como as crianças têm. Aliás Jesus disse que as verdades da fé Deus as escondeu ao sábios e aos inteligentes e as revelou aos pequeninos e que é preciso ser como as crianças para entrar no Reino dos Céus.
A criança da história, confiou, acreditou no que o viajante lhe disse. Não exigiu ver para crer. Simplesmente confiou, acreditou. Assim, a nível de fé. A Igreja sabe o que ensina; sabe que tem razão, sabe que diz a verdade, só que as pessoas não estão interessadas em ouvir. Preferem ser como os adultos da história: chamam mentiroso ao viajante, apesar de ele ter toda a razão. Muita gente de hoje ri-se dos ensinamentos e das verdades que a Igreja propõe, apesar deles estarem correctos.
Hoje confia-se apenas na ciência, na técnica, no progresso.
Ora a ciência e a técnica têm o seu valor e contribuiram para transformar o mundo: há mais bem-estar, mais comodidades, mais riqueza; por outro lado continua a haver exploração de pessoas, injustiças, despedimentos, desemprego, miséria; tudo isto a par de muitas ameaças para a vida na terra: fomes, guerras, atentados terroristas, violência, assaltos, roubos, droga, delinquência. Ao mesmo tempo que cresce a sensação do vazio interior, da ansiedade, da angústia existencial de tantos que já não sabem para onde vão e o que estão a fazer aqui na terra, cuja vida perdeu o sentido.
11- O homem que fez de modelo de Jesus e de Judas
Trata-se de uma história verdadeira.
Houve um pintor famoso - Leonardo da Vinci que pintou o quadro da Última Ceia: Jesus à mesa com os Doze Apóstolos.
Começou pela imagem de Jesus. Resolveu ir pela cidade à procura de um homem bonito, bem posto, bem vestido, com ar feliz. Depois de muito procurar encontrou um homem jovem que lhe agradou e pediu-lhe que aceitasse ser o modelo de Jesus no seu quadro da Última Ceia. A sua cara seria o modelo da cara de Jesus.
O homem jovem aceitou e ficou todo contente.
Depois continuou a pintar o quadro com os outros Apóstolos durante meses. Deixou para o fim a imagem de Judas, aquele que traíu o Mestre.
Pensou também em ir pelas ruas da cidade e procurar um homem vadio, sujo, roto, uma espécie de marginal. Foi aos lugares mais duvidosos da cidade e encontrou um homem jovem num canto, deitado no chão, sujo, esfarrapado, esfomeado. Pediu-lhe um favor que lhe pagava por isso. Não tinha de fazer nada. Bastavam uma horas sentado num banco e receberia uma boa recompemsa.
O jovem, viu uma oportunidade de receber algum dinheiro para matar a fome e aceitou.
Quando chegou a casa do pintor, este explicou-lhe que precisava de reproduzir na tela a imagem de Judas, que não levasse a mal, mas era para a imitação ser mais realista. A sua cara seria o modelo para a casa de Judas.
O homem começou a chorar e a maldizer a sua vida. Então o pintor perguntou-lhe porque é que chorava, qual era o problema.
Ele respondeu que tinha sido o mesmo que servira de modelo para pintar a imagem de Jesus, uns meses atrás.
Aquele homem jovem, bonito e bem posto de há uns meses atrás era ele, que tinha caído naquela desgraça.
Na vida há muitos caminhos. Uns levam à salvação, outros à perdição. É preciso escolher bem.