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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

VI SIMPOSIO DO CLERO DE PORTUGAL- CONCLUSÕES


albanosousanogueira@sapo.pt
http://operfumededeus.blogspot.com/

VI Simpósio do Clero de Portugal - Conclusões
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4.- Todos os oradores abordaram o tema-lema do Simpósio: «Reaviva o dom que há em ti».
5.- (…) A espiritualidade não é redutível à psicologia, mas que uma espiritualidade não assente em correctas bases psicológicas, facilmente se transforma em moralismo vazio e autoritário.
6.- As pessoas não se seduzem nem se cativam verdadeiramente com a acomodação do Evangelho aos seus desejos e gostos pessoais. Só quando o sacerdote se deixou, primeiro, seduzir no encontro pessoal com Cristo, poderá falar de tal maneira que as pessoas o descobrem possuído de uma luz e beleza que ele mesmo desconhece. Como Moisés, depois de falar com Deus.
7.- O sacerdote não é um anjo. Junto com qualidades e luzes, tem defeitos e sombras. Só reconhecendo humildemente também as sombras se poderá abrir ao Amor que o plenifica, transforma e transfigura.
8.- A formação sacerdotal ou é permanente ou não é verdadeira formação sacerdotal.
O Senhor é fiel. Ao chamar sempre aquele que escolheu, não pára de o chamar todos os dias da sua vida. A Formação Permanente é a experiência de vocação permanente, como resposta agradecida e repleta de fidelidade ao Deus que ama e chama.
9.- Esta autêntica mudança de paradigma na concepção de formação permanente implica que se crie uma cultura de formação permanente na Igreja, pois ainda não existe.
A nossa vida, ou é formação permanente, ou é frustração permanente, repetitividade, desleixo geral, inércia, apatia, perda de credibilidade, ineficácia apostólica.
10.- A Formação Permanente é essencialmente psicológico-espiritual; um processo de conformação-assimilação aos sentimentos do Filho obediente, do Servo sofredor, do Cordeiro inocente.
11.- Ter uma cultura de Formação Permanente para aprender da vida, durante toda a vida. Até ao último dia.

13.- A espiritualidade do presbítero deve ser nutrida cada dia. Os grandes meios são:
- manter um contacto assíduo com a Palavra de Deus;
- amar a Deus e deixar-se amar por Ele;
- viver uma vida de oração autêntica que inclui a Liturgia das Horas e a devoção mariana;
- celebrar diariamente a Eucaristia, como centro da vida ministerial;
- recorrer regularmente ao Sacramento da Confissão;
- viver a comunhão eclesial, principalmente com o Papa, o bispo e o presbitério;
- doar-se total e incansavelmente ao ministério pastoral, ao empenho missionário e evangelizador; ser o homem da caridade, da fraternidade e da bondade, do perdão, da misericórdia para com todos;
- ser solidário com os pobres, sendo seu defensor e amigo, vendo neles os preferidos de Deus».
14.- Uma atenção cuidada aos vários programas de formação dos seminários levar-nos-á à opção pelo modelo de integração, polarizado no dinamismo da Cruz como ícone do Mistério Pascal, onde o amor entregado nos convida incessantemente, iluminando-nos e aquecendo-nos, a recebermos agradecidos o dom que a vida sacerdotal é, e a oferecermo-la alegremente como dom.
15.- Este Modelo de Integração fará que nos sintamos abençoados por Deus e ajudar-nos-á a tornarmo-nos uma feliz bênção para os outros.
Uma vida espiritual intensa, iluminada pelo guia fiável que é o Vaticano II, permitirá ao sacerdote entrar mais profundamente em comunhão com o Senhor e ajudá-lo-á a deixar-se possuir pelo amor de Deus, tornando-se sua testemunha em todas as circunstâncias, mesmo difíceis e obscuras. (SC, 89)
16.- Os caminhos a percorrer para a Igreja responder aos novos desafios do mundo de hoje não estão ainda bem definidos e traçados. Temos de utilizar a lucidez na análise do que se apresenta, e a paciência misericordiosa para enfrentar as incompreensões.
17.- Foi bom ouvir que a Igreja ama os seus sacerdotes, os admira e reconhece a sua insubstituível e incansável participação pastoral na missão e na vida eclesiais.
18.- E que, à semelhança de São Francisco, encontrando no caminho um sacerdote e um anjo, saudaria primeiro o sacerdote, mesmo se fosse grande pecador, porque o sacerdote é quem nos dá o pão eucarístico.
19.- O Santo Cura D’Ars reconforta-nos ainda mais ao afirmar: «Deus obedece-lhes. Depois de Deus, o sacerdote é tudo».
Ser padre é viver todos os dias a Consagração: consagrando as espécies eucarísticas e consagrando-se aos irmãos (...).
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21.- Como bem recorda Bento XVI: «É preciso sempre partir de Cristo. Mas isso supõe tê-lo encontrado, ter-se deixado por Ele transformar inteiramente, ou seja, ter-se tornado seu discípulo fiel. Tudo começa ali. Encontrar-se com Cristo e deixar-se por ele transformar»
Só assim reavivaremos continuamente o dom que há em nós, e responderemos gozosamente ao desafio incessantemente renovado de o oferecer aos outros, porque do povo de Deus vimos e só para o servir existimos.

Fátima, 4 de Setembro de 2009

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