Dei-me há tempos a fazer a seguinte reflexão comigo mesmo:
Porque é que há tanta violência no mundo?
Refiro-me aos países ocidentais: Grécia, Espanha, Inglaterra, França (há alguns anos atrás) e em muitos outros sítios não tanto abordados pela comunicação social.
Penso que a violência, a destruição, o ódio que se vê nas imagens da TV não são por haver fome em quem pratica tais actos. Não destroem montras para roubar e matar a fome.
Pode haver muitas razões, mas, no meu ponto de vista, a razão mais profunda dos casos de violência contra as pessoas e seus bens têm a razão de ser na FALTA DE RESPEITO DESSAS PESSOAS (a maioria muito jovens) POR SI MESMAS.
Pode parecer estranho este meu raciocínio, mas eu passo a explicar.
Eu penso que quem faz essa violência contra os outros e destruindo os bens dos outros é porque não tem respeito por si mesmo. Ou nunca o tiveram, ou, então, já perderam o respeito por si mesmos.
A nossa sociedade (família, escola, sociedade e quem sabe algumas Igrejas cristãs) está a construir “pessoas de plástico”. O plástico tem pouca ou nenhuma consistência.
As gerações mais novas estão a crescer sem valores, sem consistência, sem uma estrutura forte na sua consciência, não distinguindo o que é bem do que é mal.
A fama, o sucesso, a popularidade, o lucro fácil, a facilidade, o comodismo, o relativismo, o consumismo, o que agrada, o que me convém e dá prazer (hedonismo) é o que conta.
Ora isto é o máximo de individualismo, egoísmo e comodismo.
Assim, os jovens estão a crescer numa grande libertinagem, sem terem de fazer esforço, sem regras, sem normas, sem moral, sem valores, sem assumirem responsabilidades.
Ora, a primeira regra, o primeiro valor é o RESPEITO POR SI MESMO (A).
Assim, se eu não tenho respeito por mim mesmo, também não terei pelos outros. Se não gosto de mim mesmo, também não gosto dos outros. Se não faço o bem para mim, também não farei o bem para os outros. Se faço o mal a mim mesmo, também farei o mal aos outros
Muitas crianças, adolescentes e jovens estão a ser mal orientados, mal educados, mal conduzidos pelos seus pais, pela sociedade e pela escola.
Tudo se facilita aos filhos e nada se pede ou exige e eles, pouco ou nada precisam de fazer, para terem quase tudo de “mão beijada”, mesmo sem o merecerem.
Assim, não precisam de estudar, não precisam de aprender, não precisam de ajudar os pais, não precisam de dar, mas só receber.
Isto leva a uma falta de respeito por si mesmo, pois, quem não se esforça, não cresce, não aprende, não sabe, não amadurece, não se torna responsável.
Não tem brio em si mesmo, não tem o bom orgulho em si mesmo de saber, de tirar boas notas, de fazer boa figura…
Assim, não se esforça por melhorar em nada.
Se não estuda, não sabe e fica ignorante, isso é falta de respeito por si mesmo (a).
É o desleixo, o desinteresse, a indiferença, falta de amor-próprio, falta de vontade firme em querer o que é melhor para si mesmo (a). E atrás desta vêm outras situações.
É a falta de respeito por si mesmo (a)
- No falar,
- No ouvir,
- No ver,
- No vestir,
- No comer,
- No beber,
- Nos divertimentos.
- Na sexualidade, etc.
- Na escola
Se um jovem tivesse respeito por si mesmo, não fazia certas coisas que o vão prejudicar.
Se um jovem gostasse de si mesmo, fazia o bem que lhe dá alegria, paz, felicidade, realização e rejeitava o mal, a violência que lhe traz infelicidade, desgostos, sofrimento, dor.
Se eu gosto de mim, eu respeito-me a mim mesmo e faço aquilo que é melhor para mim. Ora a violência não é o melhor para mim. Logo, se faço violência contra os outros e bens é porque não me respeito a mim mesmo, não gosto de mim mesmo e então até faço a violência que me prejudica.
Se eu gosto de mim e tenho respeito por mim não falo palavras grosseiras, não ofendo os outros.
Se eu gosto de mim e tenho respeito por mim não me ponho a ouvir e alimentar certas conversas negativas e más.
Se eu gosto de mim e tenho respeito por mim não me ponho a ver tudo e mais alguma coisa que me pode rebaixar e degradar.
Se eu gosto de mim e tenho respeito por mim não me visto de qualquer maneira, sem dignidade, sem distinguir os lugares e as circunstâncias.
Se eu gosto de mim e tenho respeito por mim, não abuso da comida, nem da bebida, nem da sexualidade, nem do tabaco, nem de comprimidos.
Se eu gosto de mim e tenho respeito por mim afasto-me de certos ambientes de divertimento que me podem prejudicar a saúde corporal, a saúde psicológica, mental e a saúde espiritual.
Se eu gosto de mim e tenho respeito por mim, não uso de violência contra os outros, nem contra os seus bens, pois isso vem a prejudicar-me e está profundamente errado.
Daqui a minha conclusão:
A VIOLÊNCIA A QUE ASSISTIMOS NO MUNDO OCIDENTAL, NA SUA VERDADE MAIS PROFUNDA, É SINAL DA FALTA DE RESPEITO POR SI MESMO DE QUEM FAZ VIOLÊNCIA CONTRA OS OUTROS.
O Homem é imagem e semelhança de Deus.
Se cada um pensasse nesta verdade tudo mudaria na sua vida.
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