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Estes dois verbos são muitos importantes para compreendermos a nossa posição na vida, com a forma como encaramos a nossa existência e nos sentirmos mais ou menos felizes.
Primeiro que tudo na vida, precisamos de TER as condições necessárias para progredir no crescimento desde o nosso nascimento: ter alimentação, ter saúde, ter cuidados educativos, ter família. Há um mínimo de coisas materiais necessárias que precisamos de TER e isso não se opõe ao ser, pelo contrário, é necessário esse ter. Sem termos esse mínimo necessário o ser torna-se impossível.
Este é o pressuposto de base: precisamos de TER, dos bens materiais e sem eles tudo o resto é secundário. Se temos fome e não temos de comer, primeiro é comer. Se não temos saúde, primeiro é procurar uma forma de recuperarmos a saúde.
Depois de TER esse mínimo torna-se necessário pensar e examinar a nossa vida se realmente o que conta é TER ou SER.
Vivemos num mundo material com excesso de consumo e o ter muitas coisas, muito dinheiro, muitos bens materiais, ter fama, ter prestígio, ter bem-estar tornou-se o único objectivo de muita gente... As pessoas investem muito dinheiro no ter (bens materiais, coisas, comer, vestir...) e pouco investem no ser (estudos religiosos, comprar bons livros, ler a Bíblia, lutar contra os seus defeitos)... Pouco ou nada se faz para SER MAIS: SER mais bondoso, mais verdadeiro, mais justo, mais prestável, mais amigo, mais irmão.
TER não é mau se o usarmos par fazer bem aos outros e ajudá-los a eles também serem mais.
O ideal de vida e que mais contribui para a felicidade é o SER CADA VEZ MAIS e SER PARA OS OUTROS.
Jesus disse: "que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder-se a si mesmo?" (Lc 9,25).
O que se condena não é o TER, mas a ânsia do ter, a ganância, a cobiça, a inveja que leva até a roubos, a injustiças, a desonestidades e torna as pessoas escravas dos bens materiais... Neste caso, o dinheiro torna-se o "deus" o ídolo a quem se adora e a quem tudo se sacrifica, até a honra e a honestidade, agindo sem escrúpulos.
Muita gente preocupa-se apenas com o "parecer", o fazer figura ainda que seja à custa dos outros. Hoje é uma praga, um escândalo, um problema gravíssimo o que se passa no campo dos negócios: compra-se e não se paga. Faz-se obras e não se paga. O Estado faz isso, as regiões fazem isso; as câmaras fazem isso, muitos particulares fazem isso... Todo o mundo quer TER, quer fazer figura, mas não pagam, são caloteiros porque o que conta é TER, é PARECER, é fazer figura, não interessa o SER honesto, SER cumpridor, SER pagador, SER justo...
QUE QUER DIZER O - SER-?
Torna-se difícil definir esta realidade na sua totalidade. Podemos dizer que devemos SER ACTIVOS usando criativamente as capacidades humanas.
SER ACTIVO significa crescer, renovar-se, evoluir, dar-se, amar, estar interessado, viver desperto para a vida, cultivar as suas capacidades e dominar as suas dependências e escravidões.
SER exige renúncia ao egoísmo e egocentrismo que nos torna vazios e pobres.
A liberdade e a felicidade vem-nos mais se não formos escravos do ter, mas desenvolvendo o SER pela cultura, pela religião, pelo saber, pelo amar (os outros).
A felicidade pode-nos chegar se desenvolvermos actividades conformes com as virtudes (fé, esperança, caridade, prudência, justiça, fortaleza, temperança), em actividades altruístas (fazer bem aos outros).
O SER permanece. O TER pode perder-se neste mundo e perde-se na hora da morte.
Meu irmão e minha irmã de Janeiro, não invistas apenas no ter. Investe muito da tua energia em SER MAIS.
P. Albano Nogueira
1 comentário:
Só hoje visitei o seu blogue e fiquei encantada. Parabéns pelos belos textos que escreve. Gosto da forma como desenvolve os temas, mostrando grande convicção e Fé em Deus. "Deixa Deus entra" vai fazer parte da minha lista de blogues. Bem haja e continue a presentear-nos com as suas palavras.
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