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quarta-feira, 3 de março de 2010

A SEXUALIDADE HUMANA

3- AFECTIVIDADE -1

albanosousanogueira@sapo.pt

Outra dimensão importante da nossa vida é a dimensão afectiva.
Quando digo afecto digo o carinho, a ternura, a amizade, o amor (onde pode entrar ou não a sexualidade).
Hoje vive-se num pansexualismo, erotismo e pornografia desenfreada.
Em todas as situações se explora a sexualidade no que ela tem de mecânico (como uma máquina que se usa para ter prazer) e pouco no que ela tem de amor, de intimidade, de compromisso, de projecto de vida para o futuro.
Hoje, muitos jovens entregam-se uns aos outros apenas para ter sexo, prazer, sem amor, sem intimidade, sem compromisso, sem projecto de vida para o futuro.
Entregam-se a um(a), a outro(a) explorando apenas os instintos mais próprios de animais do que de seres humanos racionais, afectivos e dignos.
É o culto do hedonismo = procura obcecada do prazer pelo prazer…
Hoje sabe-se o que é o SEXO (genitalidade), mas não se sabe o que é a sexualidade, que é muito mais que órgãos genitais e que envolve e compromete toda a pessoa.
Hoje pede-se e fala-se de educação sexual nas escolas, mas o que a maioria entende e quer é relações sexuais sem compromissos, seguras, como um divertimento, como quem bebe uma bebida ou come uma sanduíche.
Sexo como uma brincadeira.
Sem dignidade, sem amor, sem profundidade.
Só exterioridade, sexo mecânico. Nada de interioridade, nada de amor, nem compromisso, nem seriedade, nem projecto de vida para o futuro…
É o que se passa a nível sexual nos tempos modernos.
Há uma visão redutora, materialista e consumista da sexualidade que transforma as pessoas em bestas, esvazia e degrada a pessoa e a torna um objecto de uso, de abuso e de deitar fora.
É o egoísmo desenfreado nas relações entre as pessoas…
Um inquérito feito na Inglaterra disse que a maioria das mulheres inglesas prefere perder o namorado a perder o telemóvel.
Isto revela que as relações humanas afectivas e íntimas entre namorados está ao nível de coisas, de objectos.
Cada pessoa é como uma coisa que se pode perder ou não e se compara com coisas.
Logo, cada um é um objecto para o outro, uma coisa que se usa, abusa e põe de parte quando não interessa e que há coisas mais valiosas que o amor a outra pessoa a quem se dá o que de melhor se tem: corpo, alma, sexualidade…
Quando se pensa e se age assim, não admira que o matrimónio tenha pouco valor para as pessoas… E cada se pessoa se torna descartável como quem usa uma coisa, um casaco, umas calças, uma saia, uma chiclete
Isto é a degradação máxima da pessoa.
Ela se degrada a si mesma. Se rebaixa e rebaixa os outros…
Triste sociedade que leva as pessoas a degradarem-se a si mesmas…
Em nome de uma falsa liberdade que é mais libertinagem, escravidão, dependências do que verdadeira liberdade libertada.
É preciso libertar a liberdade… Ser livre é obra de toda a vida…
Nem todos vivem assim, mas a degradação aumenta cada vez mais.
A sexualidade é bela, querida por Deus, mas deve estar unida ao amor, ao compromisso (casamento, matrimónio), a um projecto de vida a dois: homem e mulher.
Há uma visão cristã da sexualidade. Infelizmente cada vez a nossa sociedade segue menos a visão cristãs das coisas e das pessoas e a consequência é a degradação cada vez maior da pessoa e a sua desadaptação, amargura, vazio, decepção da vida, traições, desilusões e infelicidades.

QUANTO MAIS EXTERIORIDADE, MENOS PESSOAS SOMOS
E MAIS OBJECTO (COISA) SOMOS.
QUANTO MAIS INTERIORIDADE, MAIS PESSOA SOMOS.

(continua)

p. ALBANO NOGUEIRA

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