Se Deus é amor, como nos ensinaram, porque é que há sofrimento?
Há perguntas para as quais é difícil encontrar uma
resposta satisfatória.
E esta é uma delas. Contudo, à luz do Evangelho, é
possível por de parte as más explicações. Em primeiro lugar, o sofrimento não é
um castigo de Deus. «[…] quem pecou, ele ou os seus pais?», perguntaram os
Apóstolos a Jesus a propósito de um cego de nascença (João 9, 1). Jesus preferiu responder dizendo que o amor de Deus se
manifestaria ao cego.
Em segundo lugar, o sofrimento não é a prova de que o
Mundo foi mal feito e Deus estragou a sua obra, porque a última palavra ainda
não foi dita.
Em terceiro lugar, Deus não quer o sofrimento, e é o primeiro a
sofrer com isso; e, quando Se fez homem, não Se afastou dele: Jesus morreu numa
cruz.
Quando sofremos, Deus está, portanto, ao nosso lado.
Por isso, mais vale dizer
que é provável que nunca venhamos a encontrar uma resposta satisfatória para
esta pergunta que não seja a atitude seguinte: abrir o coração para consolar
aqueles que sofrem e arregaçar as mangas para diminuir as causas do sofrimento.
Não é isso o que todo o Evangelho diz que fez Jesus?
Uma coisa é certa, para o
crente: quando ele luta contra o sofrimento, não luta contra Deus, mas com Ele.
E uma das últimas páginas da Bíblia convida-nos à esperança: «Ele enxugará as
lágrimas dos seus olhos; não haverá mais morte» (Apocalipse 21, 4).
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