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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

MISTÉRIO DE DEUS – 2



“À procura de Deus andamos todos…”

O homem, será a resposta para tudo?
Já no tempo do áureo da civilização grega, Protágoras, 492 a.C., um filósofo dizia que “o homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são."
Claro que esta afirmação foi feita por alguém cujo único horizonte é este mundo, em que o homem só conta com a sua opinião e nem sempre conta com a opinião dos outros.
É uma frase em o relativismo é aceite na sua expressão máxima.
Vale tudo, tudo está certo, tudo é bom.
É a ditadura do relativismo de que fala o Papa Bento XVI.
Se o homem é a medida de todas as coisas, as leis, as regras, as culturas podem ser determinadas pelos homens sem uma relação a um ser divino.
A mentalidade moderna é que o homem tem e é resposta para tudo.
Só o homem, diz a época moderna, libertado pela “morte de Deus”.
São os humanismos que já vêm do tempo da Renascença – séc. XIV-XVI. Deu-se um regresso ao paganismo.
Colocou o homem no centro do mundo (antropocentrismo) e não já Deus (teocentrismo).
Depois vem o séc. XVII e XVIII com novos filósofos que instalou a dúvida metódica, com o século das luzes, onde a Enciclopédia proclamou um novo saber universal que desembocou em violências irracionais, como a Revolução Francesa que proclamou os direitos do Homem, mas massacrou, sem escrúpulos, muitas vezes sem julgamento, os homens que pareciam incómodos a esta causa.
O século XIX é outra etapa na tentativa da “morte de Deus” com o marxismo.
Com a ideia da libertação de Deus e da religião a revolução marxista trouxe perseguições, prisões e morte a milhões de pessoas.
O homem moderno encerrou-se num humanismo fechado.
Libertou-se de Deus e tentou encontrar em si mesmo a resposta aos seus problemas.
O homem passou a adorar-se a si mesmo.
A nossa sociedade moderna dos meados do séc. XX e deste séc. XXI apresenta-nos até onde nos pode levar esta mentalidade humanista sem Deus, sem moral, sem ética, sem religião, sem valores profundos…
Toda a crise moderna tem a ver com uma sociedade centrada só na pessoa humana esquecendo as suas raízes judaico-cristãs, uma sociedade materialista, consumista, escrava do lucro onde o lucro, a especulação, o dinheiro ditam leis sem ter muito em conta os direitos e a dignidade das pessoas.
Como já ouvimos dizer muitas vezes: a crise dos tempos actuais não é só financeira, económica, mas também crise ética, crise moral, crise de valores humanos e cristãos.
A economia separou-se da ética; a política faz-se sem ética, a publicidade e a propaganda são agressivas, sem ética, sem verdade, sem vergonha e esmagam os mais distraídos que se deixam engolir pela propaganda.
A autonomia das realidades temporais é importante e necessária, mas não se pode absolutizar a ponte de escravizar as pessoas e não as respeitar nos seus direitos.

Pe. Albano Nogueira

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