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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

MISTÉRIO DE DEUS – 13

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O que vem a Mim jamais terá fome,
o que acredita em Mim jamais terá sede
”. Jesus Cristo
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Pelas coisas visíveis às coisas invisíveis
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Deus é invisível.
Para o ser meramente carnal, como os animais, Deus não existe.
Se o homem moderno se tornar materialista, apenas conhece e reconhece aquilo que ele vê.
Alguém já disse: “a alma, o espírito não existe. Já operei muita gente e nunca via a alma de ninguém”.
Um astronauta disse: “Estive no espaço, na lua, não vi Deus por lá…”.
Triste ilusão e engano de quem só acredita no que vê e não percebe os limites e ilusão da nossa vista.
Nós vemos o sol a andar e ele está parado.
Deus é Invisível.
Deus é de outra ordem diferente das coisas naturais e materiais.
Deus é Transcendente, Ele é gratuito.
Não é uma super energia, ou radiação tipo raio X ou energias do átomo. Deus é de ordem espiritual e escapa às materializações e quantificações físicas e matemáticas.
Nós encontramo-l’O de maneira pessoal e espiritual, análogo aos encontros da amizade e do amor que são gratuitos e qualitativos.
Deus é a concentração do ser e as coisas materiais são uma participação desse Ser.
Deus é uma energia, uma força espiritual e a nossa energia física é uma pálida imagem d’Ele.
Deus é uma energia espiritual que nós podemos captar através de uma relação pessoal e da graça.
O Amor verdadeiro faz sair o homem de si mesmo pela comunicação, pelo dom e pela partilha.
Isso implica renunciar ao conforto da vida solitária.
Ele encontra-se perdendo-se.
Quem perder a sua vida, encontrá-la-á.
A procura de Deus não consiste em cada um contemplar-se a si mesmo; mas em contemplar a Deus, louvando o Criador pela beleza da Sua criação.
A procura de Deus convida a sair de si para ir ao Seu encontro, servindo-O, servindo os outros.
Neste serviço renunciamos a nós mesmos, ao nosso egoísmo e aí Deus revela-se na caridade (amor desinteressado a Deus e aos outros).
O despertar humano para a Transcendência faz-se pelo amor humano.
A descoberta do amor humano abre os homens para a descoberta de Deus.
Quantos pais encontram Deus amando e educando os seus filhos.
Na verdade o gerar dos filhos é uma outra abertura.
É o maior dom que Deus concedeu aos homens, um dom que eleva os homens acima dos anjos, pois os anjos não podem gerar um filho.
Pode ser pai o mãe à imagem de Deus, pois Deus tanto pode ser chamado de Pai como de Mãe.
Deus transcende a sexualidade.
Pela experiência fundamental da família, homem e mulher estão mais próximos de Deus do que nenhuma outra criatura.
Tal como poder de Deus é auto-comunicação e dom de si mesmo, assim os pais.
A mística cristã leva a uma oração que inspira e leva ao serviço dos mais pequenos: crianças, pobres, moribundos, abandonados.
Assim, o Filho de Deus, descendo ao nível dos homens quis nascer de uma Mãe, viver em família, numa aldeia, depois com discípulos, frente ao fervor, à indiferença e aos inimigos; com efeito, Ele permanecia frágil e desarmado em toda a verdade humana.
É esse mistério que celebramos em cada Natal.

Pe. Albano Nogueira



quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

MISTÉRIO DE DEUS – 12

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“Minha alma a Deus pediu maior altura”
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O caminho de um regresso a Deus
Deus Criador é primordial e o homem é-lhe completamente relativo, como criatura.
Como viver esta maravilhosa relação, na qual recebemos tudo de Deus?

A travessia do deserto
Não é fácil na nossa sociedade secularizada, materializada, muitas vezes ateizada.
Deus foi desvalorizado nela, marginalizado, desenraizado, dispensado.
O homem moderno matou a Deus no seu coração.
Todavia, o Criador permanece a nossa origem e o nosso futuro.
Importa redescobri-l’O, pois o homem tem a sua definição e identidade referida a esse princípio e a esse termo.
Vimos de Deus e vamos para Deus.
Nós não somos nada por nós próprios , somos tudo através de Deus, à Sua imagem.
Isso é-nos dado e dado pelo próprio Amor, pois Deus é Amor, mas a nossa civilização esqueceu-O demasiado.
Ela perdeu também a consciência do pecado.
Já não sabe o que é, já não tem necessidade de Salvador.
Cristo está reduzido a um mito para muitos ou a um despojo cultural.
Quantas pessoas visitam as catedrais, como um lugar artístico, mas sem sentir nelas a habitação de Deus, o lugar onde O encontramos, onde Ele nos escuta, onde a Sua presença real habita.
Importante é a descoberta do crente que diz:
“Jesus Cristo salva-me hoje”.
É esta consciência que penetra e transfigura concretamente toda a vida, em todas as suas zonas e em todos os seus momentos.
O amor de Deus torna-se, assim, vivo, dinâmico, efectivo, ele rectifica, dirige e transfigura as pulsões selvagens da nossa existência, reorientando o consciente e o inconsciente para o amor.
Isso é uma graça: a referência à presença viva de Jesus Cristo, à sua Majestade, ao Seu Poder efectivo de Salvador do mundo.
Essa é a grande atitude: a experiência de Cristo Salvador.
A certeza de que Jesus Cristo crucificado e ressuscitado me salva hoje, aqui e agora.
Isto é uma procura, a única que vale a pena: a procura de Deus; a procura de Deus Salvador do homem.
Só pela oração isso é possível.
Para quem reza, Deus é uma evidência profunda, às vezes difícil de reencontrar por muitos obstáculos a transpor.
Obstáculos culturais e morais.
O homem de hoje está atulhado, impedido de agir pela sua cultura, pelo seu pensamento, entrincheirado o mais longe de Deus possível.
Há muitos fossos e muros que separam o homem de Deus e que é preciso transpor, mas só o consegue com a ajuda do Espírito Santo.
Deus é ternura e misericórdia, como o podemos perceber no Natal.
Ele em para connosco um olhar de amor, mais simpático e mais tranquilizante do que o olhar, por vezes embaraçado que nós temos sobre nós mesmos.
(Continua)

Pe. Albano Nogueira

domingo, 19 de dezembro de 2010

SER SACERDOTE

Uma pessoa mandou um email a perguntar como se chega a sacerdote.
Pedia que, se o desejasse, me mandasse por email e assim, no segredo, conversarmos os dois.
Nao tenha medo.
Confie e eu poderei explicar o que souber.
Importante termos amigos e sabermos guardar segredos daquilo que ouvirmos.
SABER FAZER SILENCIO
NAO CRITICAR OS OUTROS
NAO MURMURAR DOS OUTROS, MESMO QUE SEJA VERDADE...
UM ABRACO
P. Albano Nogueira

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

MAIS UM ANO DE VIDA

albanosousanogueira@sapo.pt
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No dia 16 de Dezembro de 1960 nasceu um menino a quem deram o nome de Albano.
Ele cresceu, foi crianca, adolescente, jovem e hoje 'e sacerdote.
Agraceco a Deus a vida que me tem dado, a vocacao sacerdotal e todos os dons que tenho recebido, sobretudo a amizade das pessoas.
Agradeco tambem 'aqueles que nao gostam tanto de mim por causa dos meus defeitos e erros isso ajuda-me a ser melhor.
Quem nao gosta de n'os pode fazer-nos muito bem...
N'os 'e que nao sabemos aprender com a vida
e com as pessoas que nao gostam de n'os...
Agradeco todas as mensagens que tenho recebido neste dia
Que Deus a todos abencoe e ajude.
Um abraco
Nota- Este teclado nao 'e como o meu.
Tem falhas, por isso, nao estranhem...
Estou no estrangeiro...
Um grande abraco para todos os que leem o meu blogue.
Pe. Albano Nogueira

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MISTÉRIO DE DEUS – 11


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“Porque será que temos fome e sede de infinito?…”

Virtudes que nos ligam a Deus

A fé,

A esperança,

A caridade.

Estas virtudes são realidades sobrenaturais que nos são dadas desde o dia do nosso baptismo, e que se procura desenvolver por meio de uma educação mais exigente do que a de um desportista ou de um músico.
Estas virtudes que nos relacionam com Deus e nos fazem atingir a Deus, apenas se podem desenvolver sobre os fundamentos das virtudes humanas cardiais:

- Prudência,

- Justiça,

- Fortaleza

- Temperança.
A temperança põe ordem nos impulsos da natureza humana, muitas vezes desordenados que podem degenerar em todas as espécies de loucuras: idolatrias, conquista insaciável do poder, divinização da autoridade; ganância, violência, droga, deboches (abusos de álcool, sexo), etc.
A Revelação não é um salto sem o TOTALMENTE OUTRO, como hoje se gosta de chamar a Deus. Não é uma abstracção imaginária. Deus fê-la de modo humano.
A Revelação apresenta-se como uma história, na qual Deus se fez homem para dar um modelo humano adequado ao homem que Ele quer salvar.
A graça (divina) não é um complemento sobrenatural, como um chapéu sobre uma cabeça; é um convite a viver humilde e generosamente humano, é a sua realização e a transformação conatural. É a sua vocação, foi criado e chamado para isso.

Deveres e direitos do homem
A Revelação coloca o acento nos deveres do homem, pois eles precedem os seus direitos e são o seu fundamento. Hoje coloca-se o carro à frente dos bois: parte-se dos direitos do sujeito e desequilibra, desse modo, o homem e a sociedade, pois quanto menos as pessoas cumprem os seus deveres, menos vêm satisfeitos os seus direitos.
O primeiro direito é o direito à vida, mas este direito hoje não é reconhecido a milhões de vidas humanas destruídas no seio materno pelo aborto, pelas pílulas abortivas. Os pais, a família e a sociedade perderam demasiadas vezes o sentido do seu dever para com a vida: uma vida criada por Deus e por eles próprios.
O ser humano começa no momento da sua concepção. A morte pré-natal é um crime horrível que se procura esconder e os seus efeitos tanto no feto, como nas mães.
A sociedade de hoje rejeita constrangimentos morais, em nome da liberdade (ou libertinagem) e aceitam um número crescente de constrangimentos mecânicos, técnicos e sociais: ao trânsito, à velocidade, à segurança, à administração estatal. Aceitam-se as exigências sociais, culturais, económicas, mas não se aceitam as exigências de Deus, não se aceitam as exigências morais.

Pe. Albano Nogueira

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

MISTÉRIO DE DEUS – 10

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Sobe do destino uma sede de Ti, ó Deus”.

Humanismo e humildade
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Ao querer recriar o homem de modo diferente do que ele foi criado, não se cria nem o equilíbrio, nem a felicidade.
Caricatura-se, desintegra-se.
Ao querer refazer a sociedade segundo modelos demasiado novos, esquecidos da natureza, criam-se sociedades aterradoras onde explode a violência, a insegurança (assaltos, roubos), o medo, a destruição, a morte.
Destruição da natureza e da humanidade.
Protege-se o direito de certas árvores, certos animais e de certas aves a reproduzirem-se, mas nega-se o direito a milhões de seres humanos o direito a nascer que têm o seu ninho no seio da mãe.
Este endeusamento da liberdade humana fez nascer morais aventureiras, sem ordem nem objectividade que aumentam a escravidão e a exploração humana em vez de a diminuírem ou abolir.
A revelação cristã implica a natureza humana.
Esta é ambígua porque aberta a Deus, mas enraizada na natureza animal e destinada a Deus.
O cristianismo atribui grande importância à humildade.
Humildade é a verdade, é lucidez; não é humilhação, nem degradação.
O homem apenas será feliz se reconhecer a sua condição em verdade: ele não é Deus, mas criatura limitada e pecadora.
Humildade vem de húmus, terra.
Um humano é um terreno.
O homem é terrestre, carnal, mas animado com um sopro divino, a sua alma, a sua respiração.
A humildade aceita a humilde condição humana, com um duplo reconhecimento para com o Criador e para com os pais, especialmente com a mãe que teve mais trabalho em o modelar física, afectiva e psicologicamente.
A humildade aceita a caminhada que vai da infância até à velhice e vive cada idade da melhor maneira, preparando-se para viver e morrer dignamente, olhando para a morte como a porta do novo nascimento para o Qual Deus nos chama.
A morte é dura pelo tempo da agonia, pelo sofrimento, pelo desconhecido; mas deve ser sempre encarada como entrega a Deus.

Modo humano de Deus se revelar
A revelação não é um ensinamento abstracto acerca de Deus.
Ela é a revelação de Deus feito homem, que convida o homem a partilhar da Sua divindade: é uma antropologia divina.
A revelação implica UM ENSINAMENTO SOBRE A CONDUTA HUMANA assim compreendida.
O amor de Deus não pode crescer senão na ordem da natureza humana, completada por uma cultura que tem também as suas leis orgânicas: leis da comunicação com os outros e com Deus, segundo uma ordem transcendente.

Pe. Albano Nogueria