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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

EM QUE CONSISTE A FELICIDADE

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Não é certamente fácil definir o que é a felicidade.
E se calhar isso não é muito importante.
Mais que uma definição a felicidade é vivência, conquista, processo inacabado, aposta num ideal, ao qual se segue com confiança e firmeza.
Tal processo implica abertura às diversas oportunidades que a vida oferece e sobretudo que Deus concede para que o homem realize plenamente a sua vocação ao amor!

Quando amamos, a graça de Deus flui para este mundo através do nosso amor: curando-o, endireitando-lhe as linhas tortuosas, restaurando o que estava fragmentado, iluminando-lhe a escuridão, fazendo-nos instrumentos do Seu amor.
O nosso amor é canal através do qual Ele poderá curar e ajudar.
A maioria de nós não tem grandes talentos, mas todos podemos fazer pequenas coisas pelo amor!

Descobrir o caminho que torna possível e efectivo um projecto de vida. Isso é de crucial importância para todo o ser humano que busca um sentido para a sua vida!
 
Trata-se perceber a que ideal se é chamado e responder de forma pessoal, livre e positiva (a partir do grande potencial que Deus coloca em nós).
O que exige esforço e uma série de opções que forçosamente colocam de lado outras.
Por isso, é importante reflectir, escolher, seleccionar, preferir e lutar pelo ideal escolhido.

É também indispensável conhecer-se a si mesmo (energias e tendências, riquezas e pobrezas, os diferentes elementos da própria personalidade) bem como os diversos tipos de serviço da sociedade, contando também com a ajuda de alguém mais experiente, a fim de se proceder a uma opção fundamental de encontro à felicidade.

Deste dinamismo de descoberta e adesão, nasce a vocação que se insere num projecto radical de salvação do homem inteiro, isto é em todas as suas dimensões: bio-psico-sociais e espirituais; ou seja numa questão que dá sentido a todas as facetas do existir histórico e singular de cada um.

A vocação entendida como realização pessoal, como plenitude humana e qualidade de vida é também chamamento de Deus a um encontro pleno com Ele, através de uma experiência de amor que enche a pessoa de gozo e de alegria.

Mais que chamamento a fazer coisas ou a realizar determinadas tarefas, a vocação é sobretudo chamamento a realizar-se no ser e no viver.
 
Toda a vida de uma pessoa pode tornar-se vocação.
A vocação diz respeito à consciência que o ser humano tem da sua missão aqui na terra.
A pessoa de fé sabe que recebeu a existência de Deus e que corresponder à sua vontade, passa pela realização de um projecto de vida que a lança para diante, para Deus e para os outros.
 

terça-feira, 27 de setembro de 2011

SER FAROL... SER LUZ

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SER FAROL

1. O Espírito desce sobre nós,
    Vem e renova todo o nosso ser,
    Ele é Luz que nos faz ver.
    Entrega-te e vê o sinal que Ele quer dar
    Também tu és chamado a cativar.
    Tu és fruto que há-de dar,
    És água viva a jorrar.

Refrão: Já pensaste que Cristo precisa de ti
Já pensaste, já pensaste?
Já pensaste que Cristo precisa de ti
Das tuas mãos, da tua boca do teu coração.

 

2. Tu, que possuis o dom da Esperança,
    Faz com Cristo uma nova aliança,
    Crê que Ele é o Salvador.
    Tu, que és jovem e exultas de alegria,
    Quando Cristo penetra na tua vida,
    Vai com ele anunciar
    A mensagem que quer dar.

3. Faz nos outros a tua descoberta
    Tu és apóstolo, anuncia a tua meta, faz no outro a bondade.
    Dá a mão ao pobre, ao oprimido,
    Cura os enfermos, liberta os cativos,
    Cristo em ti Se revelou,
    Teu coração cativou.
 




quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A ESPERANÇA CRISTÃ - 3

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A ESPERANÇA CRISTÃ
 
Ao olharmos para o mundo vemos que há grande crise de esperança.
Fala-se de um mundo melhor que, em parte vai acontecendo, pelo desenvolvimento da ciência e da técnica; só que elas, por vezes, oprimem e esmagam o próprio homem.

A civilização do amor tão desejada por todos, tão cantada, tarda em chegar.
O ódio, a vingança, parece que levam sempre a melhor.
Parece que quem é mau, mentiroso, injusto, desonesto, incompetente, acaba por subir na vida; quem é bom, sério, justo, sincero, honesto, competente, fica sempre na mesma situação modesta.
Premeia-se a recompensa-se a maldade e não tanto a bondade.

Quem praticar um crime, um roubo, um assalto, atentado, tráfico de droga, contrabando, é bem recompensado.
Quem trabalhar honestamente, recebe um pequeno salário.

Perante esta realidade, muitos são tentados a enveredar pelos maus caminhos.

O grande desafio dos cristãos não é rezar apenas nos momentos de entusiasmo, de euforia, mas ser persistente, perseverantes. Acreditar e esperar contra toda a falta de fé e de esperança.

Vivemos num século materialista, competitivo, desligado de Deus e em crise de valores morais.
São muitos os obstáculos do nosso desejo de seguir a Cristo e o evangelho.
O nosso lado humano é comodista, gosta do mais fácil. Tendemos para uma vida rotineira, sem grandes compromissos com Deus.

Olhando o mundo, os acontecimentos, os factos, as injustiças que se cometem, os crimes, a violência, a destruição da natureza, muitas vezes, nós temos motivo para desanimar, para desistir e depor a esperança.

Cada dia torna-se cada vez mais difícil ser um homem e uma mulher de esperança, de sermos optimistas.

Por isso podes rezar esta oração:

"Senhor, ajuda-me a acender um fósforo em vez de maldizer a escuridão.
Ajuda-me, Senhor a lutar pela verdade em vez de pactuar com a mentira.
Ajuda-me, Senhor, a renunciar ao egoísmo, servindo com generosidade.
Ajuda-me, Senhor, a sorrir, mesmo que esteja cansado e triste.
Ajuda-me, Senhor a estender a mão a quem precisa de se levantar.
Ajuda-me a levar um pouco de fé e de esperança ao mundo descrente.
Ajuda-me, Senhor, a morrer humildemente como o grão de trigo para, depois, frutificar em searas de luz, de justiça, de fraternidade
Senhor, se eu perder tudo, ao menos que fique a fé, a tranquilidade, a esperança".

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

SÓ DEUS BASTA...10

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6- O sacramento da reconciliação
A reconciliação (confissão ou penitência) é uma oportunidade para a pessoa se abrir à graça divina do encontro com Jesus Cristo e do Seu perdão.
Cristo está presente no sacerdote que confessa.

Muita gente só vê o lado humano do sacerdote.
Vai-se confessar, mas esconde o seu lado pior, a grandeza do seu mal, não conta a verdade acerca da sua miséria, mente.

Ao confessar todo o pecado e os pecados todos, a pessoa pode experimentar o milagre da transformação.
Deus vê e conhece a nossa miséria, por isso, pouco importa se o sacerdote a vai conhecer ou não.
É de Deus e não do sacerdote que o penitente recebe a graça do perdão. O sacerdote está em vez de Cristo.
Confessamo-nos a Cristo e é com Ele que nos encontramos no sacramento da reconciliação, embora na pessoa visível do confessor.

Se a pessoa tem uma fé esclarecida bem sabe que o importante não é a figura do sacerdote, mas Jesus Cristo presente e actuando por meio do sacerdote.

Quanto mais a pessoa fôr humilde e sincera no sacramento da reconciliação, mais a graça divina actuará nessa pessoa e mais fruto dará a sua vida de cada dia.

O mais importante é que nos apaixonemos de Deus, por Jesus Cristo, para que ao unirmo-nos ao Único que verdadeiramente nos ama, possamos um dia mergulhar para sempre, na chama transformadora do seu amor.

Ao ser mergulhada na chama do amor divino, Nossa Senhora foi de tal modo transformada, que via tudo e todos de modo sobrenatural: pensava, sentia e amava à maneira de Deus.

domingo, 11 de setembro de 2011

SÓ DEUS BASTA...9


5- A purificação das relações humanas
O mundo que nos rodeia fecha-nos cada vez mais a Deus na medida em que nos convida a procurarmos apoio em coisas e pessoas.

As coisas e pessoas são importantes e necessárias, mas apenas como meios para descobrirmos a presença de Deus na nossa vida, não como fins.

A vida é caminhar para Deus.
As coisas e pessoas são como que a paisagem que encontramos no caminho.
Mesmo sendo linda, não podemos ficar parados a contemplar a paisagem, deixando de caminhar para a meta.

As coisas e pessoas visíveis devem ser um instrumento de que Deus se serve para se revelar, Ele que é Invisível.
Pelo natural subimos ao sobrenatural; pelo material elevamo-nos até ao espiritual.
As coisas e as pessoas devem ser degraus a subir para o Céu, para Deus e não escada a descer para o inferno.

A pessoa demasiado apegada às criaturas não pode unir-se ao infinito de Deus.
Por esta razão, Deus quer purificar a nossa relação com os outros, mesmo os laços de sangue e matrimonial.

A pessoa que nos ama deveria ser um instrumento nas mãos do Pai que nos ama; um dom de Deus e uma ajuda no caminho da santidade.
Se a alma e o coração se apegam à criatura, o dom torna-se mais importante que o Doador, encobre-o e começa a desempenhar o papel de ídolo.
Como a criança mal educada que recebe um presente magnífico e se esquece completamente da pessoa que lho deu.
Virou as costas à pessoa e só liga ao brinquedo.

Cada dom deve lembrar-nos o Doador, levar-nos a centrar a nossa atenção em Deus.

O mesmo se diga no matrimónio: deve-se amar as pessoas, mas como um dom de Deus, sem esquecer o Doador.
Uma pessoa amada não pode ser adorada como um fim em si mesma, mas ser vista como caminho para Deus, para a pessoa se santificar.

Seguir a Cristo é desprender-se, renunciar a apoios humanos para se apoiar n'Ele.

As nossas desilusões com os outros vêm pelo facto de procurarmos neles o apoio que devíamos procurar em Deus.

Muitos sentem-se enganados, prejudicados, traídos porque esperavam apoio de outros e não o encontarram.
Outros têm a mesma queixa de nós que os desiludimos, enganámos, traímos.
Isto que é um mal a nível humano vai ser uma oportunidade para Deus nos purificar.

Por isso, não devemos ficar amargurados, ressentidos, tristes, mas reconhecer a verdade acerca de nós e dos outros, nos ajoelharmos diante de Deus e rezarmos para que Deus nos dê um fé muito grande e purificada que nos leve a não colocarmos tanto a nossa confiança nas pessoas, mas em Cristo.
A desunião em relação aos outros é uma oportunidade de que Deus se vai servir para se unir mais a mim e a ti.

Os santos, quanto mais perdiam o apoio das pessoas mais chegadas, mais se abandonavam a Deus sem reservas.

O nosso Pai do Céu quer que vamos encontrando o apoio que nos dá através dos outros, principalmente daqueles que são instrumento nas suas mãos.
Aqueles por quem temos uma amizade puramente espiritual: confessor, sacerdote, director espiritual.

Quanto mais essa pessoa fôr santa, mais nos pode ajudar a procurar apoio em Deus.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

SÓ DEUS BASTA...8

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3. Purificar a razão, a memória

Nós orientamos o nosso dia a dia pela razão, pelo pensamento, pela experiência, pelos conhecimentos adquiridos.

Se a razão, o pensamento não forem iluminados pela fé, se a memória não for purificada, podem tornar-se fonte de dúvidas, de resistências, de revolta contra as exigências de Deus.
Daí a necessidade de serem purificadas.

Por vezes, é preciso ter uma atitude interior, pôr em causa a nossa maneira de pensar por não estar de acordo com o evangelho e ouvirmos a voz de Deus que nos orienta por outra forma de pensar.
Claro que ouvir a voz de Deus é entrar em choque com o nosso pensar, sentir e agir humanos; nossos apegos, apoios e critérios deste mundo.

A purificação do nosso pensamento, da nossa memória, do nosso coração traz sofrimento porque implica desapego, renúncia ao que é cómodo, fácil, corte com aquilo que nos escraviza e aliena.

4- Bendita fraqueza
Cada pessoa quer sentir-se forte, eficiente, decidir sobre a sua vida, ser independente.
A fraqueza física, psíquica, espiritual não nos agrada nada; temos medo dela porque nos tornamos dependentes dos outros.

Mas Deus permite essa fraqueza física para nos purificar e ajudar a entrarmos mais em comunhão com Ele.

A fraqueza que tanto nos amedronta, vista no plano da fé, é uma bênção e um grande dom, porque nos ajuda a perceber que já não nos podemos apoiar em nós de forma orgulhosa, soberba, mas que nos devemos apoiar em Deus e nos outros.
Se vivermos na fé as fraquezas humanas, elas tornam-se uma fonte de salvação e não temos outra saída senão implorar a Misericórdia divina e buscar apoio em Deus.

A fraqueza torna-se uma bendita fraqueza porque é uma oportunidade para a graça divina nos invadir e o Senhor servir-se de nós como seus instrumentos.

O que é mal a nível humano (doença) pode torna-se uma bênção a nível divino.

Deus realizaria milagres se Lhe permitíssemos entrar na nossa vida.

É necessário ter uma grande fé para tirar proveito da fraqueza física, psíquica, espiritual implorando humildemente a comunhão com Cristo fraco e sofredor.

Agora temos saúde, mas ela é passageira.
Aos poucos vamos perdendo a saúde física e desse modo nos podemos unir mais confiadamente em Deus.

Jesus disse: "Sem Mim nada podeis fazer".
Esta frase deveria levar-nos a uma confiança total em Cristo.