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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

MISTÉRIO DE DEUS – 12

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“Minha alma a Deus pediu maior altura”
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O caminho de um regresso a Deus
Deus Criador é primordial e o homem é-lhe completamente relativo, como criatura.
Como viver esta maravilhosa relação, na qual recebemos tudo de Deus?

A travessia do deserto
Não é fácil na nossa sociedade secularizada, materializada, muitas vezes ateizada.
Deus foi desvalorizado nela, marginalizado, desenraizado, dispensado.
O homem moderno matou a Deus no seu coração.
Todavia, o Criador permanece a nossa origem e o nosso futuro.
Importa redescobri-l’O, pois o homem tem a sua definição e identidade referida a esse princípio e a esse termo.
Vimos de Deus e vamos para Deus.
Nós não somos nada por nós próprios , somos tudo através de Deus, à Sua imagem.
Isso é-nos dado e dado pelo próprio Amor, pois Deus é Amor, mas a nossa civilização esqueceu-O demasiado.
Ela perdeu também a consciência do pecado.
Já não sabe o que é, já não tem necessidade de Salvador.
Cristo está reduzido a um mito para muitos ou a um despojo cultural.
Quantas pessoas visitam as catedrais, como um lugar artístico, mas sem sentir nelas a habitação de Deus, o lugar onde O encontramos, onde Ele nos escuta, onde a Sua presença real habita.
Importante é a descoberta do crente que diz:
“Jesus Cristo salva-me hoje”.
É esta consciência que penetra e transfigura concretamente toda a vida, em todas as suas zonas e em todos os seus momentos.
O amor de Deus torna-se, assim, vivo, dinâmico, efectivo, ele rectifica, dirige e transfigura as pulsões selvagens da nossa existência, reorientando o consciente e o inconsciente para o amor.
Isso é uma graça: a referência à presença viva de Jesus Cristo, à sua Majestade, ao Seu Poder efectivo de Salvador do mundo.
Essa é a grande atitude: a experiência de Cristo Salvador.
A certeza de que Jesus Cristo crucificado e ressuscitado me salva hoje, aqui e agora.
Isto é uma procura, a única que vale a pena: a procura de Deus; a procura de Deus Salvador do homem.
Só pela oração isso é possível.
Para quem reza, Deus é uma evidência profunda, às vezes difícil de reencontrar por muitos obstáculos a transpor.
Obstáculos culturais e morais.
O homem de hoje está atulhado, impedido de agir pela sua cultura, pelo seu pensamento, entrincheirado o mais longe de Deus possível.
Há muitos fossos e muros que separam o homem de Deus e que é preciso transpor, mas só o consegue com a ajuda do Espírito Santo.
Deus é ternura e misericórdia, como o podemos perceber no Natal.
Ele em para connosco um olhar de amor, mais simpático e mais tranquilizante do que o olhar, por vezes embaraçado que nós temos sobre nós mesmos.
(Continua)

Pe. Albano Nogueira

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